segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Ela

"Ei, irmã...
deixa esse cabelo pro alto, irmã
deixa esse fios enrolarem, e escaparem,
do ferro, da grade, do padrão, da modelagem,
deixa... os ventos levarem, e armarem, e amarem,
sua tranças, cachos e dreads, eriçarem.
Sua, originalidade, sua verdade, sua alma de
rainha, sua habilidade de dizer ao sol, que
o teu calor ja te aquece, e sua pele agradece,
o brilho que recebeu pelos raios seus.
E deixa a chuva, cair sem culpa, e esculpir,
E deixa a lua, com seu sereno, encarregar-se de,
mostrar que tu é a lindeza da terra,
mulher da natureza, tu é quem governa,
quem reluz a luz do dia e da noite,
pura beleza.
Liberte-se desse ritual cotidiano,
irma, a beleza que seu sangue carrega
não combina, com a opressão de suas raizes,
veja você, quem disse que assim que é
pra ser, o que já fez, que crédito tem?
Só mal que veio oferecer.
Só mal que veio oferecer....
Sua, originalidade, sua verdade, sua alma de
rainha, está contida em seu ser e se expressa,
pelas formas de suas mechas,
então liberte-as, deixe-as livres,deixe-as crescer.
Não deixe o mal inibir o que é seu.
Não deixe o mal retirar o que é seu...
Deixa enrolar, deixa enrolar,
deixa crescer... ser você...
ser você..."

Ela

(Bia Daflô)

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