"Há sempre uma diferença entre querer e desejar. Querer corresponde a uma necessidade. Querer é algo que o indivíduo compreende. Eu quero tomar água, eu quero dormir, eu quero me proteger do frio. Enquanto desejar é aquilo que ninguém compreende, é algo muito particular, singular de cada um e jamais nós temos uma resposta que nos satisfaça completamente. Essa é a base da criação ou é a base do sofrimento. Na psicanálise o que acontece quando um desejo é realizado? São raros os momentos e nesse momento a pessoa tem uma sensação de uma quase morte. Os franceses chegam a chamar o orgasmo de uma pequena morte. A pessoa tem a sensação como se estivesse no olho de um furacão, uma sensação de perda de identidade, uma sensação de tontura, uma sensação de querer se agarrar no outro, e isso passa. O que é que vem depois? Pode vir uma depressão, de algo perdido, pode vir uma vontade de reinventar esse prazer tão rápido que é a realização de um desejo."
Jorge Forbes
domingo, 28 de fevereiro de 2010
sábado, 27 de fevereiro de 2010
Oyá
o que trança na cabeça
dessa beldade negra
fino traço é o retrato
de uma deusa ginga ginga
o corpo sem defeito
com direito
só pra mostrar quem é
herdeira dos deuses
da soberania africana
é filha de Iansã Balé
no barco só navega um
carente de um terreiro egum
foi namorada de Xangô
e se desentendeu com Oxum
agora é mulher fiel
é a mona do ocam
do ferro azulado do rei Ogum
autor desconhecido
dessa beldade negra
fino traço é o retrato
de uma deusa ginga ginga
o corpo sem defeito
com direito
só pra mostrar quem é
herdeira dos deuses
da soberania africana
é filha de Iansã Balé
no barco só navega um
carente de um terreiro egum
foi namorada de Xangô
e se desentendeu com Oxum
agora é mulher fiel
é a mona do ocam
do ferro azulado do rei Ogum
autor desconhecido
sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010
quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010
''Eu sei que sou exatamente o que 98% dos homens não gosta ou não sabe gostar. Eu falo o que penso, abro as portas da minha casa, da minha vida, da minha alma, dos meus medos. Basta eu ver um sinal de luz recíproca no final do túnel que mando minhas zilhões de luzes e cego todo o mundo. Sou demais. Ninguém entende nada. E eles adoram uma sonsa. Adoram. Mas dane-se. Um dia um louco, direto do planeta dos 2% de homens, vai aparecer''.
Tati Bernardi
Tati Bernardi
quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010
"Olhe, tenho uma alma muito prolixa e uso poucas palavras. Sou irritável e firo facilmente. Também sou muito calmo e perdôo logo. Não esqueço nunca. Mas há poucas coisas de que eu me lembre."
"Exagerada toda a vida: minhas paixões são ardentes, minhas dores de cotovelo, de querer morrer; louca do tipo desvairada; briguenta de “tô de mal pra sempre”, durmo treze horas seguidas; meus amigos são semi-irmãos, meus amores são sempre eternos e meus dramas, mexicanos!"
Clarice Lispector
"Exagerada toda a vida: minhas paixões são ardentes, minhas dores de cotovelo, de querer morrer; louca do tipo desvairada; briguenta de “tô de mal pra sempre”, durmo treze horas seguidas; meus amigos são semi-irmãos, meus amores são sempre eternos e meus dramas, mexicanos!"
Clarice Lispector
terça-feira, 23 de fevereiro de 2010
segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010
"(...) diria que me sinto como se tivesse dois corpos. Um é aquele onde moro, ou melhor, que transporto, como um molusco na sua concha, sem nunca ter sabido corretamente apreciar seu lugar no espaço... O outro é o corpo relacional, que me põe em contato mais ou menos estreito com os outros e que veicula uma imagem de mim, da qual afinal cada um dispõe ao seu modo".
Catherine Millet
Catherine Millet
domingo, 21 de fevereiro de 2010
sábado, 20 de fevereiro de 2010
Fica comigo essa noite.
“Acreditamos naquilo que precisamos, não é? E acreditamos vinte, trinta, quarenta vezes, contra todas as evidências. Vemos o mal como uma nuvem temporariamente pousada sobre a testa de outro, não como uma parte da alma dele. Somos cândidos por desespero, agarramo-nos às paredes da infância com todas as forças.”
(Fica comigo esta noite, Inês Pedrosa)
(Fica comigo esta noite, Inês Pedrosa)
sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010
quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010
quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010
“Saber que não se escreve para o outro, saber que as coisas que vou escrever não me farão nunca amado por aquele que amo, saber que a escritura não compensa, não sublima nada, que ela está precisamente aí onde você não está - é o começo da escritura."
(Fragmentos de um Discurso Amoroso, Roland Barthes)
(Fragmentos de um Discurso Amoroso, Roland Barthes)
terça-feira, 16 de fevereiro de 2010
Sibyl
"(...)E porque não devemos gozar das melhores coisas que a vida nos oferece?(...)A vida tem tanta dor que a gente precisava fazer uma catarze. Não quero com isso dizer que seja uma fuga. A gente não consegue fugir da realidade por meio dos livros. Pelo contrário, eles ajudam a perceber com mais amplitude o que a gente realmente é. Mon Dieu, graças à Deus que os tenho. Quando me acho numa situação que não gostaria de estar – devido às circunstâncias peculiares da minha vida -, então tenho essa saída.(...)pode me julgar très supéieure, mas na realidade eu não sou; sou exatamente aquilo que sou, e vivo a vida da maneira como quero.”
(Flora Rheta Schreiber, in: Subyl)
(Flora Rheta Schreiber, in: Subyl)
segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010
Fazes-me falta
"Morri tantas vezes antes de morrer - morri sempre que o amor parava, e o amor estava sempre a parar dentro de mim. Parava e crescia, comia tudo o que eu sabia. Eu imaginava frases novas como barragens contra essas vagas que me levavam. Mas as barragens caíam, eu voltava morta à praia, renascia a tremer de frio, na noite marítima. Então construía de novo a minha barragem, agarrava-me aos meus mortos passados, presentes e futuros, envelhecia e renascia, engelhada e sôfrega. Falava. Falava incansavelmente do que sabia e do que desconhecia, esperava que me mandassem calar para ouvir apenas o vento das palavras definitivas dançando como um louco descabelado nesse opaco interior do meu corpo".
(Fazes-me falta, Inês Pedrosa)
(Fazes-me falta, Inês Pedrosa)
domingo, 14 de fevereiro de 2010
Máscara Negra
Tanto riso, oh quanta alegria
Mais de mil palhaços no salão
Arlequim está chorando pelo amor da Colombina
No meio da multidão
Foi bom te ver outra vez
Tá fazendo um ano
Foi no carnaval que passou
Eu sou aquele pierrô
Que te abraçou
Que te beijou, meu amor
A mesma máscara negra
Que esconde o teu rosto
Eu quero matar a saudade
Vou beijar-te agora
Não me leve a mal
Hoje é carnaval
Zé Keti
Mais de mil palhaços no salão
Arlequim está chorando pelo amor da Colombina
No meio da multidão
Foi bom te ver outra vez
Tá fazendo um ano
Foi no carnaval que passou
Eu sou aquele pierrô
Que te abraçou
Que te beijou, meu amor
A mesma máscara negra
Que esconde o teu rosto
Eu quero matar a saudade
Vou beijar-te agora
Não me leve a mal
Hoje é carnaval
Zé Keti
sábado, 13 de fevereiro de 2010
sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010
quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010
Medo de Voar
"Quando olho em retrospectiva minha vida, que não tem trinta anos de duração, vejo todos os meus namorados sentados de modo alternado, de costas um para o outro, como se estivessem na brincadeira das cadeiras. Cada qual um antídoto para o outro que existiu antes. Cada qual uma reação, uma meia-volta, um rebote".
(Medo de Voar, Erica Jong)
(Medo de Voar, Erica Jong)
quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010
terça-feira, 9 de fevereiro de 2010
Pele Negra, Máscaras Brancas
"Todo problema humano deve ser considerado a partir do tempo. Se pertenço irredutivelmente à minha época, é para ela que devo viver. Logo, o futuro deve ser uma construção contínua do homem que existe e esta construção/edificação é ligada ao presente, na medida em que o coloco como algo a ser superado."
Frantz Fanon - 1925-1961
(in: "Pele Negra, Máscaras Brancas" - 1983)
Frantz Fanon - 1925-1961
(in: "Pele Negra, Máscaras Brancas" - 1983)
segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010
domingo, 7 de fevereiro de 2010
Quando o carnaval chegar
Quem me vê sempre parado, distante garante que eu não sei sambar
Tô me guardando pra quando o carnaval chegar
Eu tô só vendo, sabendo, sentindo, escutando e não posso falar
Tô me guardando pra quando o carnaval chegar
Eu vejo as pernas de louça da moça que passa e não posso pegar
Tô me guardando pra quando o carnaval chegar
Há quanto tempo desejo seu beijo molhado de maracujá
Tô me guardando pra quando o carnaval chegar
E quem me ofende, humilhando, pisando, pensando que eu vou aturar
Tô me guardando pra quando o carnaval chegar
E quem me vê apanhando da vida duvida que eu vá revidar
Tô me guardando pra quando o carnaval chegar
Eu vejo a barra do dia surgindo, pedindo pra gente cantar
Tô me guardando pra quando o carnaval
Eu tenho tanta alegria, adiada, abafada, quem dera gritar
Chico Buarque
Tô me guardando pra quando o carnaval chegar
Eu tô só vendo, sabendo, sentindo, escutando e não posso falar
Tô me guardando pra quando o carnaval chegar
Eu vejo as pernas de louça da moça que passa e não posso pegar
Tô me guardando pra quando o carnaval chegar
Há quanto tempo desejo seu beijo molhado de maracujá
Tô me guardando pra quando o carnaval chegar
E quem me ofende, humilhando, pisando, pensando que eu vou aturar
Tô me guardando pra quando o carnaval chegar
E quem me vê apanhando da vida duvida que eu vá revidar
Tô me guardando pra quando o carnaval chegar
Eu vejo a barra do dia surgindo, pedindo pra gente cantar
Tô me guardando pra quando o carnaval
Eu tenho tanta alegria, adiada, abafada, quem dera gritar
Chico Buarque
sábado, 6 de fevereiro de 2010
sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010
Paixões
"Já que a paixão permanece incrustada no imaginário, é uma fantasia, uma alucinação, na qual a pessoa amada é apenas uma desculpa que nos damos para alcançar a emoção extrema de apaixonar-se. Na realidade, pouco importa quem amamos: por isso podemos repetir uma e outra vez o mesmo paroxismo. Como diz Santo Agostinho, o apaixonado ama é o amor. Uma droga muito bonita, evidentemente; mas a vida autêntica e miúda começa justamente onde o conto termina. Mais além do "foram felizes para sempre."
(Paixões - amores e desamores que mudaram a história, Rosa Montero)
(Paixões - amores e desamores que mudaram a história, Rosa Montero)
quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010
Recado
Se me der um beijo eu gosto
Se me der um tapa eu brigo
Se me der um grito não calo
Se mandar calar mais eu falo
Mas se me der a mão
Claro, aperto
Se for franco, direto e aberto
Tô contigo amigo e não abro
Vamos ver o diabo de perto
Mas preste bem atenção, seu moço,
Não engulo a fruta e o caroço
Minha vida é tutano é osso
Liberdade virou prisão
Se é amor deu e recebeu
Se é suor só o meu e o teu
Verbo eu pra mim já morreu
Quem mandava em mim nem nasceu
É viver e aprender
Vá viver e entender, malandro
Vai compreender
Vá tratar de viver
E se tentar me tolher é igual
Ao fulano de tal que taí
Se é pra ir vamos juntos
Se não é já não tô nem aqui
Daniel Gonzaga
Se me der um tapa eu brigo
Se me der um grito não calo
Se mandar calar mais eu falo
Mas se me der a mão
Claro, aperto
Se for franco, direto e aberto
Tô contigo amigo e não abro
Vamos ver o diabo de perto
Mas preste bem atenção, seu moço,
Não engulo a fruta e o caroço
Minha vida é tutano é osso
Liberdade virou prisão
Se é amor deu e recebeu
Se é suor só o meu e o teu
Verbo eu pra mim já morreu
Quem mandava em mim nem nasceu
É viver e aprender
Vá viver e entender, malandro
Vai compreender
Vá tratar de viver
E se tentar me tolher é igual
Ao fulano de tal que taí
Se é pra ir vamos juntos
Se não é já não tô nem aqui
Daniel Gonzaga
terça-feira, 2 de fevereiro de 2010
Poderosa força das águas. Inaê, Janaína, Sereia do Mar. Saravá minha Mãe Yemojà! Leva para as profundezas do teu mar sagrado. Odó Iyá... Todas as minhas desventuras e infortúnios. Traz do teu mar todas as forças espirituais para alento de nossas necessidades. Paz, esperança, Odofiabá... Saravá, minha Mãe Yemojà! Odofiabá...
(Prece à Yemojà)
(Prece à Yemojà)
segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010
"Eu gosto do impossível, tenho medo do provável, dou risada do ridículo, e choro porque tenho vontade, mas nem sempre tenho motivos. Tenho um sorriso confiante que as vezes não demonstra o tanto de insegurança que há por trás dele. Sou inconstante e talvez imprevisível. Não gosto de rotina. Eu amo de verdade as pessoas para quem eu digo isso e, me irrito de forma inesplicável quando não botam fé em minhas palavras. Nem sempre ponho em prática aquilo que julgo certo. São poucas as pessoas para quem eu me explico."
Robert Nesta Marley
Robert Nesta Marley
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